25 de maio de 2015

Foz Torto tinto 2012


Era uma vez... um engenheiro informático (Abílio Tavares da Silva) que um dia sonhou que não era aquilo o que queria da vida. Vendeu todas as empresas, partiu para o Douro e, como é normal acontecer a quem faz isso, apaixonou-se imediatamente pelo vinho e pelo enoturismo. E fez muito bem, pois este vinho que de lá trouxe, também responsabilidade da enóloga Sandra Tavares da Silva (os apelidos são mera coincidência), deixou-me com muita sede.

Com a touriga nacional a dominar a touriga franca, a tinta francisca e tinta roriz é de veludo o bom aroma de fruta vermelha que apresenta. Embelezado com excelentes notas de fruta, a madeira que se sente está impecavelmente integrada. A beber já (pois os 12€ que me custou vão ser em breve um preço do passado)...

23 de maio de 2015

Pouca Roupa (a versão "trendy" de Portugal Ramos)



Primeiro, a carga simbólica deste vinho: é o primeiro trabalho de João Portugal Ramos desenvolvido em conjunto com o filho, também enólogo, o jovem João Maria. Depois, o target: claramente dirigido a um leque de consumidores mais jovens e por isso, claramente, fácil de beber e com concepção algo trendy. A gama situa-se entre o Lóios (já aqui falado) e o Marquês de Borba .

O Pouca roupa Branco 2014 (3,99€ ) tem uvas das castas verdelho, sauvignon blanc e viosinho fermentadas e estagiadas em inox. Tem um leve toque de fruta tropical e limão algo demasiadamente pronunciado (dependerá dos gostos). Na boca, a folha de limoeiro é, por isso, bastante evidente.

Quanto ao Pouca Roupa Tinto 2014 (3,99€ ) as uvas alicante bouschet, touriga nacional e alfrocheiro fermentaram e estagiaram em cubas de inox, com a introdução de aparas de carvalho francês e aqui é a madeira que vai ao vinho. No nariz revela ervas e frutos vermelhos. Na boca é suave e sente-se o um equilibro sem grandes complexidades mas, e em especial, pelo preço muito bem conseguido.

21 de maio de 2015

Black Pur ( à l’avenir! )



Vamos começar pelo fim, à boa maneira do Brás Cubas, do Machado de Assis (ainda que sem dedicar alguma coisa aos vermes): a crise aguçou a qualidade da Quinta do Portal e aqui estou eu, de regresso da Livraria Lello, para exigir a vossa concordância com o que vai ser dito.

O portfólio desta muito minha preferida quinta do Douro (aqui a objectividade é completamente subjectiva, tenham paciência) acaba de ser alargada com o novo e imperial tinto de "influência" francesa: Black Pur.

O dito esteve escondido no magnífico armazém da Quinta do Portal, desenhado por Siza Vieira, o tal que guarda brancos a preços muito interessantes e tintos de elegância e frescura de que já aqui falamos, além de Grande Reservas, que quanto mais tempo na garrafa melhor - caso impressionante: o Auru, o topo de gama da casa, cuja única má noticia é só mesmo preço (cerca de 80 euros).

Mas hoje não é de portfólio "regular" que se fala. Chegamos ao Black Pur (ou ele chegou até nós?) pela bem colocada e melhor disposta voz de um jovem poeta que importa dar de beber: Renato Filipe Cardoso. Ele pintou a apresentação do vinho com as coisas da vida moderna de Baudelaire, anónimos de bons vinhos e com o bom ortónimo (ainda sem pseudónimos, acho); quase ofuscou as uvas, que maldade!

Mas voltando ao grande desafio, exigia-se a resposta a isto: é possível juntar duas castas como a Cabernet Sauvignon (30%) - de muita duvidosa reputação - e a bonita Malbec (70%)? Não vos farei perder mais tempo. Da Quinta da Abelheira, em Favaios, uma das várias propriedades da empresa e com um rótulo indiscutivelmente imperial, este Black Pur responde que sim.

A sua cor negro violeta não engana sobre o acerto total e o aroma de frutos maduros e pretos também não esconde o que vem ai: um final guloso e muito fresco. E é aqui que vos digo que o desafio está ganho. Para lá da estrutura equilibrada e do elegante volume na boca, temos isto: uma bela frescura aromática final. O grande trunfo! Saúde!

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A produção é pequena e o vinho só estará à venda na quinta e em garrafeiras. Preço PVP: 30 euros. Produtor: Quinta do Portal.


Azeite Oliveira Ramos Premium Virgem Extra


Se a dieta mediterrânea é "pão, azeite e vinho",  já só fica a falta falar, aqui, de pão (o que não deve tardar). Hoje fala-se de azeite, mas daqueles que nos fazem preferir pecar por exigência que pecar por comodismo.

As azeitonas, ainda pouco maduras, dizem-nos, são colhidas manualmente para oferecer este azeite complexo, fresco, equilibrado e suave. Impossível não ficar deleitado com o sabor a verde folha de oliveira, casca de banana verde e... erva. 

O entusiasmo da recepção não é "local", pois tem recolhido aclamações do público e da crítica especializada. Se não confiam muito em mim (e aconselho seriamente a manterem essa distancia prudente) há que saber que Azeite Oliveira Ramos Premium Virgem Extra acaba de ser distinguido na FIAPE - Feira Internacional de Agropecuária e Artesanato de Estremoz, tendo ficado em 1º lugar no Concurso Regional de Azeites FIAPE 2015, com Medalha de Ouro Prestigio, entre azeites do concelho de Estremoz, Arraiolos, Borba, Fronteira, Redondo e Sousel. O prémio não é nada exagerado, nada.

Classificação: Azeite Virgem Extra Cultivares: Galega, Cobrançosa e Picual Região: Alentejo - Estremoz Tipo de solo: Xisto em adiantado estado de metamorfização Colheita: Manual com as azeitonas ainda no estádio de maturação levadas ao lagar para extracção dos azeites a partir de frutos frescos, sãos e íntegros. Extracção: Por centrifugação de duas fases, totalmente automatizada, com controlo rigoroso das temperaturas e da higiene das instalações, equipamentos e pessoal o que permite ao azeite manter todos os odores e sabores com que a mãe Natureza o dotou. Conservação: Até ao momento do engarrafamento, em depósitos de aço inoxidável, com gás inerte, em ambiente de temperatura controlada e ao abrigo da luz, o que permite preservar e melhorar os seus aromas originais. Análise química:Acidez (% ácido oleico) / 0,2Índice de peróxido (meq O2/kg) / 8K232 / 1,75K270 / 0,14∆K / - 0,00Ceras (mg/kg) / 54.7 Produtor: João Portugal Ramos PVP: 15€

5 de maio de 2015

Saúde!


As exportações de vinho voltaram a bater recordes e representaram cerca de 730 milhões de euros em 2014. Inglaterra e França são os principais destinos do vinho português. O sector emprega oito mil trabalhadores, quase todos em empresas minúsculas, com três quartos com menos de dez trabalhadores.