27 de setembro de 2012

Explicit




"tropecei" neste vinho numa das minhas habituais idas ao Corte Inglês Gourmet. e em boa hora. Explicit significa, no latim medieval, algo que acabara de ser desvendado e diz tudo sobre o que vou escrever.

fiquei a saber o Monte do Mata Mouros é uma pequena exploração agrícola familiar, implantada na encosta Sul de de uma colina no vale da Ribeira de Tera, na freguesia da Glória em Estremoz, Alentejo. a Sociedade Jorge Rosa Santos e Filhos Lda, é a empresa que gere desde 2001 esta exploração agrícola. a forte vocação adormecida para o vinho despertou com a actual geração, abraçando áreas complementares das ciências agrárias como a engenharia agronómica, a viticultura, a enologia e a engenharia alimentar.

deste "pequeno projecto" que pretende afirmar-se como referência no panorama da viticultura e enologia portuguesas, trouxe o tinto 2009 e o Branco 2011.

vamos às provas:

primeiro o tinto 2009. de cor rubi forte, na boca revelou-se um vinho jovem mas pleno de força e de personalidade. surpreende por não ter as habituais características que reconhecemos aos vinhos do Alentejo (de que a  mistura de Syrah e Alicante Bouschet é um dos exemplos). uma surpresa consensual no jantar onde o servi (o que também diz muito). Preço: 10,00

do branco 2011 apenas se produziram três mil e poucas garrafas. o mosto fermentou em barrica nova e terão um surpresa porque, tal como o tinto, afasta-se do que é tradicional. é sedutor, é fresco e com pouco aroma de madeira. fica o senão do preço talvez muito elevado quando comprado com outros de igual valia. Preço: 12,00€.

22 de setembro de 2012

Olho no Pé (Grandes Reservas)



vou já diretamente ao que interessa: estamos perante uma das grandes promessa da enologia nacional (fica o dito para memória futura).

começo pelo tinto, um Grande Reserva de 2007. o vinho apresenta cor rubi bem marcada.
é muito aromático, frutas vermelhas e pretas. algo floral. encorpado e de taninos macios. enfim, espanta.
confesso que já ouvir dizer que tem pouca madeira, o que não se entende, até pelos 22 meses em barricas bem marcadas. (já não vai ser fácil encontrar no mercado, lamento).

o branco um Grande Reserva 2008, apresenta uma cor dourada. no nariz chegam aromas de fruta madura. leve fresco e floral, na boca é um vinho muito equilibrado, com estrutura . o final é persistente. e melhor não sei dizer.


Região: DOC Douro
Produtor: Folias de Baco, Unipessoal, Lda
Preço: tinto: 12,00€ branco: 8,00€
Enólogo: Tiago Sampaio

19 de setembro de 2012

Mundus Vini 2012



a casa Agrícola Alexandre Relvas venceu duas medalhas de prata, no concurso internacional Mundus Vini 2012. “Herdade Pimenta” e “São Miguel dos Descobridores Reserva” foram os vinhos premiados.

este concurso, realizado pela 12ª vez, é considerado a maior “prova cega” a nível mundial.

a CAAR (Casa Agrícola Alexandre Relvas), fundada em 1997, foca-se na produção e comercialização de vinho alentejano, exportando cerca de 60% do que produz, nomeadamente para os Estados Unidos da América, Brasil e Angola.


17 de setembro de 2012

Bétula branco 2011




há coisas que nos "vinhos" fazem a diferença e até vêm antes das uvas. para mim o mais importante será sempre "o interesse do produtor". este pode passar por muitas formas mas uma delas é o não temer de ir ao encontro do consumidor. o contacto da produtora Catarina Montenegro com este blogue revelou isso mesmo e o que está por detrás: uma vontade genuína de que outros acreditem, como ela, neste seu vinho de mistura de castas pouco "comuns" para a sua região: a Quinta do Torgal fica no Douro, na freguesia de Barrô, pelo que é muito vizinha dos vinhos verdes...

explicando melhor, este vinho oferece a vinificação das castas Viogner (50%) fermentada em madeira de forma a contribuir com um "maior corpo" e Sauvignon Blanc (50%), em inox (certamente para preservar os aromas característicos da casta).

aberto deixa logo perceber uma bonita cor e brilho cítricos. soltam-se boas notas de minerais  e um muito ligeiro aroma a baunilha. boa acidez. 

a terminar, um final que a complexidade de sabores, que progressivamente se vão revelando, merecia ser um pouco mais prolongado mas que não falha na sua extraordinária frescura.


Região: Vinho Regional Duriense
Castas: Viognier (50%), Sauvignon Blanc (50%).
Produtor: Catarina Montenegro (Quinta do Torgal)
Álcool: 12,5%
Preço Aprox.: 12€
*amostra cedida pela produtora

16 de setembro de 2012

Quinta de Camarate tinto 2009



provado com um (excelente) arroz de pato cá de casa, ressaltou logo o mineral e as tâmaras.

a suavidade dos taninos é evidente  e bem acompanhada por um corpo médio. percebe-se que este vinho é feito de forma a torná-lo leve e fácil de beber. 

gostei do equilíbrio da acidez e da fruta.

não aflige o final, apenas, médio. parece-me que este é um vinho que não deseja marcar o momento mas fazê-lo respirar tratando de o fazer perceber como característica. escolha segura.


Região: Península de  Setúbal
Castas: Touriga Nacional, Castelão, Cabernet Sauvignon e Aragonez
Produtor: José Maria da Fonseca
Preço: 7,50€
Álcool: 13%
Enólogo: José Maria da Fonseca
(ficha técnica)
*amostra cedida pelo produtor